Retomada da economia será mais lenta depois da greve dos caminhoneiros
Quem se lembra das Olimpíadas de Atenas em 2004? Vanderlei Cordeiro de Lima liderava a maratona quando foi atacado por um padre irlandês. Teve de se refazer do susto, mas manteve-se na disputa e acabou em terceiro lugar.
Ensina a lei da física que retomar o movimento depois de um choque é mais difícil do que manter o ritmo constante. Com a economia aconteceu exatamente isso. O padre foi a greve dos caminhoneiros.
A recuperação econômica, que ia bem até a trombada, estava crescendo em bom ritmo e a paralisação interrompeu essa corrida. A expectativa do mercado era de crescimento de até 3% em 2018, mas o resultado do início do ano já foi aquém do esperado.
O setor de serviços, que representa 70% da composição do PIB, registrou a maior queda em sete anos, recuando 3,8% em maio na comparação com abril, segundo o IBGE.
Como era esperado, o segmento com maior destaque negativo foi o de transportes terrestres que apresentou recordes de queda de 15%, e armazenagem e serviços auxiliares com recuo 6,2%.
A atividade, diretamente afetada pela greve dos caminhoneiros, abalou a confiança de empresários e consumidores. Para piorar, as incertezas eleitorais paralisaram decisões de investimento. Parte das perdas desse período é irrecuperável, e o impacto sobre a confiança pode limitar ainda mais a recuperação da atividade.
Com a incerteza eleitoral, empresários e consumidores tendem a adiar as decisões de investimentos e de compras a longo prazo. Não houve uma evolução de candidatos mais comprometidos com reformas e isso leva a mais incerteza. O candidato que lidera as pesquisas achou mais importante fazer uma viagem ao Pará do que participar da votação das diretrizes para o orçamento do primeiro ano do próximo governo.
Como nas Olimpíadas de Athenas, o Brasil segue na luta pela recuperação. Alguns indicadores apontam para a retomada a partir da segunda quinzena de junho. Se não houver outros choques, há uma chance de medalha de bronze.
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