Como o Brasil pode vencer a maratona do desenvolvimento
O Brasil está na 79ª posição (https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2018/09/14/brasil-fica-estagnado-no-ranking-do-idh-e-ocupa-79-colocacao-entre-189-paises.htm) entre 189 países avaliados segundo o indicador de desenvolvimento humano (IDH), calculado pelas Nações Unidas (ONU).
Grandes economistas, como o prêmio Nobel Amartya Sen, quebraram a cabeça para criar um índice simples, que resumisse algo complexo como o desenvolvimento.
Chegaram à conclusão que, além da produção de bens e serviços por habitante, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) per capita, deveriam ser consideradas a expectativa de vida ao nascer e a escolaridade da população.
Mais recentemente, tem havido um esforço para incorporar outras dimensões, como a desigualdade de renda entre homens e mulheres.
No pelotão de elite da maratona do desenvolvimento está o grupo que a ONU denomina de "desenvolvimento muito alto". Noruega, Suíça e Austrália ocupam os três primeiros lugares. Os EUA estão em 13º. A Coreia do Sul, na 22ª posição, tinha metade da renda por habitante do Brasil nos anos 1960; atualmente, tem mais do dobro da renda média brasileira!
Os vizinhos Chile e Argentina, com maior escolaridade e expectativa de vida do que o Brasil, ficam bem atrás (44ª e 47ª colocações, respectivamente), mas estão na elite e na nossa frente.
O Chile ascendeu a este grupo com políticas mais racionais. A Argentina perdeu a posição de um dos países mais ricos do mundo no início do século passado graças ao populismo de diferentes governos, de Perón a Cristina Kirchner.
O Brasil está no grupo de "desenvolvimento alto", na linguagem diplomática da ONU. Tem uma escolaridade média de 7,8 anos e uma expectativa de vida de 75,7 anos.
O leitor não deve se iludir com a expressão "desenvolvimento alto". Quando se considera a desigualdade de renda, o Brasil cai 17 posições na tabela. O índice ajustado para desigualdade de renda é 24% menor do que o IDH sem este ajuste. Nenhum país muito desenvolvido tem tamanha iniquidade.
Há também os países na zona de rebaixamento, o grupo de desenvolvimento baixo. A Guiné Equatorial está nesse grupo, na 167ª posição ( https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2018/09/16/pf-pega-us-16-milhoes-com-vice-presidente-de-guine-equatorial-em-viracopos.htm). A escolaridade média é de 5,5 anos e a expectativa de vida é de 57,9 anos, uma das mais baixas do planeta.
Em contraste, na mesma sexta-feira na qual a ONU divulgou os últimos dados de IDH, a bagagem do filho do ditador daquele país foi apreendida pela Polícia Federal com uma fortuna estimada em mais de US$ 16 milhões.
Ninguém deve se iludir que dá para dar um salto em pouco tempo – não caia em conversa fiada de promessa de candidato. Desenvolvimento é uma corrida de maratona, não de 100 metros rasos!
Uma coisa é certa: os líderes da corrida conseguiram se livrar dos ditadores, da corrupção e do populismo.
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