Lua de mel com novo governo será curta
O mercado tem reagido bem à transição para o novo governo e aos nomes anunciados para a equipe do novo governo. O período de euforia que se seguiu às eleições, porém, terminou. A expectativa agora é por resultados práticos, algo difícil em um espaço de duas semanas.
É mínima a chance de avanços na reforma da previdência ainda este ano. Um aspecto positivo é a indicação de nomes técnicos associados ao ajuste da economia, como é o caso de Joaquim Levy para a presidência do BNDES. Um aspecto negativo é o excesso de cenários de rearranjos de ministérios e órgãos que desaparecem e ressurgem ao sabor das especulações.
O Ministério do Trabalho, por exemplo, já morreu e foi ressuscitado; o Meio Ambiente seria absorvido pelo da Agricultura, agora deve recuperar seu status independente; o Ensino Superior que andou pela Ciência e Tecnologia, aparentemente voltou para a Educação.
Há ainda o Cade, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica, responsável por combater cartéis e controlar fusões e aquisições no Superministério da Justiça, mas que poderia ir para o Superministério da Economia. É menos importante saber onde estará no organograma – se com o superministro Moro ou se com o superministro Guedes. Mais importante é que seja mantido como um órgão "superindependente".
Aliás, melhor também seria dar atenção a projetos que estão no Congresso, como o das agências reguladoras e assegurar que elas sejam dirigidas por quadros técnicos – de preferência recrutados por empresas especializadas e independentes, longe da prática de loteamento político-partidário e nepotismo.
Igualmente importante seria dar atenção a medidas provisórias, como a do saneamento – MP 844, que podem estimular investimentos tão necessários ao setor, mas em torno da qual não se chegou a um consenso. Havia expectativa de que a MP 844 fosse votada nesta semana, mas não se chegou a um acordo e é grande a chance de que venha a caducar.
Em situação semelhante, vários outros segmentos precisam de regras mais adequadas para receber investimentos.
O desemprego só vai ceder quando o investimento aumentar. Para que isso ocorra é preciso um governo muito prático, que aproveite o que já está encaminhado e faça logo o que é prioritário. Não há tempo a perder quando se sabe que a lua de mel será muito curta.
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