Otimismo com a economia, apesar dos desencontros
A primeira semana do governo Bolsonaro foi marcada pelo otimismo diante da orientação liberal da política econômica refletida na posse do presidente e dos ministros. E também por um susto na última quinta-feira (3) à noite e ao longo da sexta (4), quando houve uma série de desencontros entre as declarações do presidente e de sua equipe.
Houve confusão em relação a suposto aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), idade mínima para aposentadoria, transação da Boeing com a Embraer e necessidade de compensação pelos incentivos fiscais para Sudam e Sudene (órgãos de desenvolvimento da Amazônia e do Nordeste, respectivamente).
A impressão foi a de que a cortina subiu cedo demais, e o elenco ainda não estava totalmente preparado no palco. Mas o público continua disposto a aplaudir a peça.
Em qualquer governo, a sequência de desmentidos da sexta-feira geraria enormes problemas e até uma crise. Não é o caso de um governo recém-eleito, com quase 58 milhões de votos e aprovação de mais de dois terços da população. Ainda é tempo de lua de mel. Vale uma ou algumas escorregadas.
O susto gerou ruído no mercado, mas não foi suficiente para reverter a alta da Bolsa de Valores e a queda do dólar, especialmente porque o cenário externo esteve favorável. Dois pontos foram decisivos para a Bolsa bater por duas vezes sua máxima histórica nominal: o apoio do PSL à reeleição de Rodrigo Maia à presidência da Câmara dos Deputados, tido como alguém que pode tocar as reformas no Congresso; e a confirmação da manutenção do presidente da Eletrobras.
Há duas expectativas para esta semana: anúncio de medidas concretas e não meramente posições de princípio; apresentação bem estruturada, das linhas gerais até os detalhes, de preferência em uma entrevista coletiva com a presença do conjunto da equipe envolvida.
Planos que deram certo e que foram aprovados pelo Congresso Nacional foram precedidos por exposições claras e detalhadas, acompanhadas pelas principais estatísticas e cronogramas de implementação. O Plano Real foi um bom exemplo; mais recentemente, também a PEC do teto de gastos (Proposta de Emenda Constitucional nº 241) foi amplamente divulgada. Porta-vozes devidamente autorizados e mandatados em determinados temas também ajudam.
Mas o que vai mexer mesmo com a economia é a apresentação de um plano de ação e uma estratégia para a reforma da Previdência. A bola está na marca do pênalti para a equipe econômica bater.
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