Acabar com a indústria de favores sem destruir a indústria
A indústria sofreu mais com a crise do que a média dos macrossetores da economia, tendo amargado três anos seguidos de queda do produto, de 2014 a 2018.
Some-se a isso um processo anterior de desindustrialização da economia brasileira nas última décadas. Embora a desindustrialização e o surgimento da economia dos serviços sejam tendências mundiais, o processo foi mais intenso no Brasil.
Segundo a Fiesp, a indústria representou 36% do PIB em 1985, contra 12% em 2017. Entre 1975 e 1992, o peso da indústria no PIB mundial recuou 25%, mas, no Brasil, o declínio foi mais acentuado, de 38%.
A lenta recuperação de 2017/18 é razoável quando se compara com os três anos de recessão em 2014/16. O crescimento da economia no mês de novembro de 2018 foi fraco, registrando expansão de 0,1%, pior resultado para este mês desde 2015. Mas pelo menos deu sinal de vida, depois de quatro quedas seguidas.
2018 poderia ter sido melhor, não fossem a greve dos caminhoneiros, a redução na exportação de manufaturados, sobretudo para a vizinha Argentina, em recessão, e, é claro, a incerteza gerada por uma das eleições mais acirradas da história brasileira.
Apesar disso, aumentou o otimismo dos empresários. Segundo levantamento da Fundação Getulio Vargas, a confiança da indústria brasileira registrou em dezembro a segunda alta consecutiva.
É possível vislumbrar um crescimento razoável da indústria, ocupando sua capacidade ociosa em 2019. Assim como em outros setores, isso dependerá do sucesso da política econômica do novo governo.
Daí a grande expectativa em relação à redução do chamado custo Brasil, o adicional de gastos privados associado à falta de infraestrutura e segurança, à confusão tributária, ao excesso de burocracia, entre outros obstáculos que empreendedores enfrentam no Brasil.
O novo secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, que acaba de tomar posse, terá a tarefa gigantesca de restabelecer as condições de competitividade no Brasil. Reduzir o custo Brasil é a melhor forma de acabar com a indústria de favores sem destruir a indústria.
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