Maioria é a favor da reforma. Mas qual?
As expectativas estão otimistas com uma projeção de inflação abaixo de 4% e taxa básica de juros (Selic) estável em 6,5% em 2019. A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada hoje reforçou este cenário.
Segundo o último Relatório Focus do Banco Central, a previsão para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2019 caiu de 3,94% da semana passada para os atuais 3,87%. Esta foi a quarta queda seguida da projeção de inflação e a segunda vez que o mercado estimou o índice abaixo de 4% neste ano.
Para 2020, a projeção foi mantida em 4%, em linha com a meta central, também de 4% para o próximo ano. A expectativa é de o preço do dólar permanecer em patamar próximo ao atual, de R$ 3,70. Para o fechamento de 2020, ficou mantida a cotação de R$ 3,75 por dólar.
O mercado parece conservador em relação ao crescimento do PIB em 2019. A previsão permaneceu inalterada em 2,50%, tanto para este ano quanto para 2020. Nosso modelo na GO Associados indica uma expansão superior a 3% para 2019, acarretando uma taxa de inflação um pouco maior, mas dentro da meta.
Em pesquisa realizada pela Fiesp com 500 empresas em novembro último e divulgada ontem, 72,9% dos empresários afirmaram pretender aumentar a produção em 2019 e 41,2% deles devem ampliar o emprego já neste primeiro semestre, o maior percentual desde 2011, quando 40,8% tinham a mesma intenção.
Em relação ao tema central da reforma da Previdência, a mesma pesquisa da Fiesp apontou que 92,4% dos empresários esperam a aprovação do projeto.
Por sua vez, pesquisa encomendada pelo BTG Pactual, realizada na primeira semana deste mês e divulgada ontem, indica apoio de 83% do Congresso Nacional à reforma da Previdência. Entre senadores, a taxa de aprovação é de 89%; entre deputados, 82%.
O problema é saber qual reforma estará em votação. Aí começam as divergências. Por exemplo, só 20% dos deputados e 19% dos senadores querem manter em 65 anos a idade mínima de aposentadoria para homens e mulheres, proposta cogitada pela equipe econômica. Neste caso, 61% dos deputados e 63% dos senadores são contrários.
Prevalece, portanto, um clima propício à mudança, talvez como nunca tenha havido no país desde a implementação do Plano Real, em 1994.
Para concretizar a reforma, contudo, o segredo está na arte de transformar esta vontade difusa de mudança em proposta concreta. Algo que caiba na estreita intersecção entre o palatável para a política e o necessário para a economia.
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