Inflação baixa: nem sempre o consumidor sente no bolso
Dados recentes mostram que a inflação do país continua a atingir mínimas históricas e deve ficar próximo da meta ao longo de 2019. O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), chamado de prévia da inflação oficial, oscilou 0,34% em fevereiro. Juntamente com o mesmo mês de 2000, a variação foi a menor para um mês de fevereiro desde o início do Plano Real, em 1994.
Nos últimos 12 meses até fevereiro, a variação foi de 3,73%, abaixo dos 3,77% dos 12 meses imediatamente anteriores. São níveis historicamente baixos para o Brasil, em contraste com várias décadas de inflação crônica que culminou com a hiperinflação de 1989/90.
Mas será que o leitor está sentindo os preços crescerem a um ritmo menor? Nem sempre é o caso, pois o índice oficial reflete a média de uma determinada cesta de bens e serviços, que não necessariamente coincide com a do leitor.
De qualquer forma, chama a atenção a deflação – taxa de inflação negativa – para transportes e vestuário. O preço das passagens aéreas, por exemplo, caiu quase 17%.
Na mesma linha, a expectativa de inflação da FGV (Fundação Getulio Vargas) recuou ao menor patamar desde 2007.
Inflação menor representa menor perda de poder aquisitivo dos assalariados. Índices baixos de inflação podem ajudar a fomentar o consumo e abrir oportunidade para queda dos juros.
A intenção de consumo é a maior para fevereiro em quatro anos, segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). O cenário de inflação baixa e de queda gradual do desemprego tem permitido recuperação do consumo das famílias nos últimos meses. Além disso, a expectativa da Selic (taxa básica de juros) em nível historicamente baixo, de 6,5%, contribui para melhorar o consumo.
Não se trata de uma explosão do consumo. Longe disso. Ainda falta muito para a economia entrar nos eixos e o consumo crescer de forma sustentada. Acertar as contas públicas, sobretudo por meio da reforma da Previdência, é uma condição necessária, mas não suficiente, para a economia decolar.
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