Foco de Bolsonaro deve ser a economia e não post de video de Carnaval
O Carnaval mal terminou e já há declaração de Imposto de Renda para fazer e entregar até 30 de abril! Mas a economia também tem notícia boa. A inflação está relativamente baixa, o que significa maior poder aquisitivo para o consumidor.
Alguma dúvida? Compare a inflação oficial brasileira, medida pelo chamado IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 12 meses encerrados em janeiro, de 3,78%, com a inflação de 12 meses na Argentina, de 40,5%, ou com a inflação de 3.000.000% da Venezuela!
Mas lembre-se que a inflação varia para cada indivíduo e categoria, dependendo da cesta de bens e serviços de consumo de cada um. Hoje, por exemplo, saíram dados sobre a inflação para as camadas mais pobres da população, que ganham até 2,5 salários mínimos, divulgados pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
O indicador registrou inflação de 0,49% em janeiro e está em 4,81% nos últimos 12 meses. Maior, portanto, do que o índice oficial de inflação. Isto se deveu à aceleração dos preços dos alimentos in natura e de outros itens com maior peso no orçamento das camadas de renda mais baixas. Mas essa pressão deve ceder nos próximos meses, fazendo convergir a inflação dos mais pobres para a média.
Em um país com 27 milhões de pessoas subocupadas (desempregadas ou trabalhando menos do que gostariam), o grande desafio é manter a inflação no atual patamar, quase civilizado, e retomar o crescimento da economia. As projeções para o PIB deste ano estão melhores do que as do ano passado, mas ainda são modestas.
A Pesquisa Focus do Banco Central registrou uma revisão para baixo da taxa de crescimento da economia, de 2,48% para 2,30% para 2019. Ontem, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que previa crescimento de 2,1% para 2019, anunciou uma projeção de 1,9%.
O desafio é maior ainda quando se consideram as condições internacionais. A guerra comercial entre EUA e China não ajuda em nada. Mais protecionismo não vai resolver o déficit comercial dos EUA, que atingiu seu recorde dos últimos dez anos: nada menos do que US$ 621 bilhões.
Ainda hoje, o presidente do BCE, Mario Draghi, revisou para baixo a projeção para o crescimento da zona do euro: de 1,7% para 1,1%; caso confirmada, será a menor taxa desde 2013.
Daí a necessidade de o Brasil atacar logo seus problemas e aprovar as reformas, a começar pela da Previdência. O foco deve ser a economia, e não post de vídeo de Carnaval.
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