Não estamos no fundo do poço. Sempre pode piorar
Segundo o ministro da economia, o país estaria no fundo do poço. Mas ele mesmo tem consciência de que sempre pode piorar, especialmente com a lentidão do Congresso em aprovar a reforma da Previdência.
A prévia do Produto Interno Bruto (PIB) divulgada hoje pelo Banco Central registrou queda de 0,68% no primeiro trimestre. É uma indicação de que a produção de bens e serviços neste período teria caído, algo que pode ser confirmado quando o IBGE divulgar as contas nacionais.
Este resultado reforça a percepção de que a recuperação iniciada em 2017 está devagar, quase parando. E pode piorar: mais um trimestre de taxa negativa de crescimento do PIB, ou seja, de queda da produção, estaríamos de volta ao pesadelo da recessão.
Mas, como reacender a chama da economia? A condição necessária é a aprovação da reforma da Previdência, sem a qual um grande número de projetos de investimento não vão sair do papel. Um impasse no Congresso seria uma ducha de água fria que apagaria de vez o fogo da economia.
O combustível é o investimento em infraestrutura, tão fundamental para a competitividade e qualidade de vida dos brasileiros quanto essencial para estimular o emprego e a renda, com forte efeito multiplicador.
Por fim, para o fogo pegar é preciso colocar alguns gravetos. Nesse sentido, há espaço para reduzir a taxa básica de juros, desde que a reforma da Previdência avance pelo menos em primeira votação.
Além disso, o governo pode dar uma força para o consumo das famílias. A economia começou a se recuperar em 2017 com o início dos saques do FGTS. Em 2017 , foram sacados R$ 44,4 bilhões e beneficiados mais de 25,9 milhões de trabalhadores. Ainda que limitada, uma flexibilização adicional poderia ajudar.
É urgente manter acesa a chama da recuperação. Como demonstra a experiência argentina, a tolerância da população a invernos prolongados é pequena, e o resultado pode ser uma rejeição ao próprio ajuste da economia. Embora menos rigoroso, o inverno chega daqui a pouco ao Brasil.
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