Brasil desperdiça 38% da água produzida, diz estudo
Os números sobre perda de água no Brasil são obscenos: segundo estudo do Instituto Trata Brasil, o país perde, em média, 38% da água potável produzida. O maior manancial do país é a nossa incompetência. Nada poderia gerar mais água do que um choque de eficiência no setor de saneamento.
Quem já não viu a água vazar pela rua? Estas são as perdas físicas. Decorrem de tubulações antigas, falta de planejamento urbano e oscilações da pressão na rede.
A perda comercial talvez seja menos conhecida. Muita gente acha que gato não gosta de água, mas existe "gato" hídrico! (trocar a exclamação por ponto final). Infelizmente, há muito furto na rede, e quem paga é a população. Não só porque o custo da perda vai para a tarifa paga por todos, mas porque muitas vezes as ligações clandestinas causam contaminação pela mistura com o esgoto.
Segundo o estudo do Trata Brasil, vazamentos e "gatos" fazem oito estados perderem pelo menos metade da água que produzem. A água perdida no Brasil seria suficiente para encher cerca de 7.000 piscinas olímpicas por dia, ou abastecer 30% da população.
O custo é astronômico: foram R$ 11,3 bilhões em 2017, algo superior ao total de investimento em água e esgoto no mesmo ano.
A experiência internacional sugere um intervalo de perdas de água entre 10% e 15% como algo tecnicamente aceitável e economicamente justificável. A perda zero é, na maioria das vezes, antieconômica. No Dia do Meio Ambiente, o Brasil precisa agir rápido para proteger o recurso mais valioso do planeta.
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