Corrupção e violência condenam o país à pobreza
No curto prazo a economia está em recuperação. Alguém pode objetar e dizer que o IBC-br divulgado hoje pelo Banco Central (considerado uma prévia do PIB) mostra queda de 0,38% em agosto. Mas trata-se de queda pontual, não representando uma interrupção na retomada.
No longo prazo, outros fatores estruturais inibem o crescimento do país. Corrupção e violência são componentes importantes, entre outros.
Um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostra que o PIB per capita brasileiro cresceria US$ 3 mil (R$ 9,6 mil) se o Brasil tivesse níveis de corrupção mais próximos ao de países como Chile, Costa Rica e Uruguai, considerados os menos corruptos da América Latina. O Brasil teria um PIB por habitante 30% maior.
Outro fator que prejudica o crescimento do país é a violência. Um estudo realizado pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que, em 2016, o custo da violência no Brasil foi de R$ 372 bilhões, equivalente a 6% do PIB.
Isso significa que, na média, sai R$ 1.810 do bolso do brasileiro para se proteger da violência diária. Este valor é resultado do que os estabelecimentos gastam para se proteger de assaltos em segurança privada, equipamentos e seguros, quando na verdade poderiam estar investindo este valor em seus negócios.
O governo também não foge desse custo e direciona recursos para segurança pública, presídios e saúde das vítimas da violência, quando poderia estar investindo em outras áreas.
Isso sem contar o que o país perde em termos de investimento, turismo e de modo geral de imagem, enfraquecendo a marca Brasil.
A recuperação de curto prazo é apenas um primeiro passo para colocar o país no rumo certo. Abre um espaço na agenda para que se formulem políticas públicas de longo prazo para atacar as questões de longo prazo. Até agora esquecidas em meio ao debate vazio de conteúdo da política brasileira.
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